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Nas suas reduzidas dimensões (945 m2) a Casa dos esqueletos pode ser tomada como um paradigma das residências de aparato de Conimbriga: qualidade do plano arquitectónico, economia de meios, ênfase no programa decorativo musivo, aproveitamento inteligente da fracção autonomizável da construção. A análise da casa depara-se, todavia, com algumas dificuldades inerentes ao facto da fachada ter sido destruída com a construção da muralha baixo-imperial.
A fracção principal da casa é articulada por um eixo de desenho canónico (orientado a E / W), do pequeno átrio ao grande triclínio passando pelo eixo de simetria do peristilo central. O peristilo dá acesso a seis dependências de serviço, a Norte, para além das quais existiria um espaço aberto, como um impasse, que provavelmente dependeria da casa (ainda que com acesso independente pela rua, efectivamente funcionando como entrada de serviço.
Um pequeno corredor no canto Sudeste dava acesso a um grande cubículo, mosaicado e a uma entrada secundária; para além disso há apenas a assinalar uma pequena divisão junto da entrada. Uma parte substancial da área do edifício era ocupada por unidades autónomas, três delas prováveis cauponae ou popinae abertas para a viela que dividia a casa das Termas da Muralha, servindo de acesso aos serviços destas, e uma outra mais complexa, de três divisões em fieira.
A casa dita "dos esqueletos" é um bom exemplo de residência privada de prestígio na qual a entrada, peristilo e grande sala de refeições, se dispõem num eixo central. Construida nos finais do séc. I inicios do séc. II, foi decorada por mosaicos no séc. III e demolida nos finais desse século para se construir a muralha. Posteriormente a zona foi ocupada por um cemitério tardo-romano e medieval que deu o nome à casa.
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