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Este era um dos melhores locais de passagem do rio, desde os remotos tempos romanos, passando pelos medievais, em que peregrinos em romagem se deslocavam para Santiago de Compostela.
Para tal, a “barca” ligava as duas margens num vai-e-vem constante, conforme havia gente para atravessar. Em ambas as margens havia barqueiros, que atendiam aos pedidos dos viajantes, de qualquer condição social. Mas este “lago” não favorece a região apenas com um bom ponto de passagem do rio. As águas limpas e correntes são férteis em peixes, e a pescaria sempre aqui foi abundante e proveitosa. O local é tão aprazível que as casas nobres aqui se fixaram. Havia residências de famílias brasonadas numa e noutra margem. Em redor do Lago havia actividade todo o ano.
Reza a lenda que no séc. XIII apareceu, numa rede de pesca, uma imagem de Nossa Senhora, que as gentes apelidaram de “Nossa Senhora do Lago”. Para albergar esta imagem da Virgem, ergueu-se-lhe uma Capela na margem direita do rio, de onde passou a proteger os viandantes. Conta a tradição que, depois do aparecimento da Virgem, passaram os barqueiros do Cavado, neste local, e por agradecimento à protecção que da Senhora recebiam, a não cobrar passagem do rio. Havia barqueiros de ambos os lados, sempre prontos ao pedido dos peregrinos ou dos passantes. Diz a tradição oral que se “passava por Deus”, sob a protecção da Virgem.
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