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Um vale majestoso marcado por socalcos de vinha, demonstra o domínio hábil do homem naquele lugar, ladeado pela vegetação autóctone onde se distinguem carvalhos e castanheiros. Ao cimo, a aldeia de Germil na cota dos 600 metros, encaixada nos pequenos socalcos e que constitui um exemplo típico de uma povoação de habitat serrano. Germil é uma típica aldeia de montanha situada num dos muitos cumes da Serra Amarela, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) e a escassos quinze quilómetros da sede de concelho, Ponte da Barca.
A altitude (que varia entre os quatrocentos e os oitocentos metros) traçou Germil como sendo mais um daqueles locais de difícil acesso, isolada e voltada para si mesma. A aldeia é composta por apenas dois aglomerados populacionais e, como seria de esperar, sofreu ao longo dos tempos de um mal que afectou todo o país durante décadas: a emigração desenfreada. Por isso, a agricultura de subsistência, aliada ao pastoreio em regime extensivo fizeram de Germil uma aldeia auto-sustentavél e isolada. Com a pedra de granito a dominar grande parte das construções, o visitante pode observar diversos aspectos da vida comunitária. Bastante antigos, são alguns dos espigueiros em granito perto de uma igreja datada de 1880. Uma velha azenha, mais uma vez testemunha o aproveitamento das forças da natureza pelo homem. A recolha dos carros de bois puxados por barrosãs e ritmados pelo tilintar dos badalos, mostra que mais um dia de trabalho está a terminar. Galinhas e pintos passeiam-se pelos recantos da aldeia. A pequena estrada que continua aldeia dentro leva-nos até ao concelho de Terras de Bouro. Um pequeno bosque de carvalhos e castanheiros logo à saída de Germil aguarda por nós para um pequeno descanso antes de regressarmos.
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