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Em sua origem Miragaia foi uma terra de pescadores. Como tal, é natural que o seu orago fosse o santo pescador, São Pedro.
A igreja de São Pedro de Miragaia que hoje podemos ver é a mais recente de várias outras que terão existido naquele mesmo local. Tem origem na Idade Média e terá tido diversas configurações e aspectos. Mais tarde, a pequena vila de pescadores acabou por se aproximar ao Porto, graças à expansão espacial da cidade, que forçou à construção da segunda cintura de muralhas, a Muralha Fernandina, que já passava paredes meias com o chamado Arrabalde de Miragaia. Os pescadores, que estavam no areal de Miragaia, acabariam por se deslocar para zonas mais distantes do Porto, pelo menos a maioria, para Lordelo ou Afurada. O areal de Miragaia foi então ocupado pelos estaleiros navais onde se construíram muitas das embarcações usadas na expansão portuguesa ultramarina e no comércio do Porto com o Norte da Europa.
Em 1672, o bispo D. Nicolau Monteiro reformou a igreja. Nada que não fosse usual, dado que cada bispo gostava de eternizar a sua passagem pela diocese na pedra do burgo. Mas não foi só isso que moveu as obras. A igreja, com o avançar dos anos, o crescimento da população e consequentemente, do número de fiéis, era pequena demais. Em 1740, foi parcialmente demolida, aproveitando-se na actual construção só a capela-mor e o transepto. É desta campanha de obras que resulta a igreja actual.
A igreja é muito simples. A fachada tem um portal com frontão e um grande janelão gradeado e é rematada por um frontão triangular com a legenda «Divo Petro Dicata» (Dedicada a S. Pedro) e encimado por uma cruz. As paredes foram revestidas de azulejos entre 1863 e 1876. A nave única da igreja é enriquecida apenas pelo altar de talha dourada dedicado a Nossa Senhora do Carmo e que pertenceu à igreja do extinto e arruinado Convento de Monchique e pelo altar de Santa Rita, do século XVII. A capela-mor é revestida de talha reforçada com elementos vindos de Monchique
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