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As edificações acantonar-se-iam na margem direita do Douro, próximo do local onde as águas do rio se misturam com as do mar, desenvolvendo os seus moradores actividade piscatória, complementada com uma agricultura e pastorícia incipientes. Pelos séculos XII-XIII, este povoado contaria já com dezenas de casas.
Data de 1 de Outubro de 1145 a carta de doação pela qual D. Afonso Henriques doa a Roberto e confrades do cenóbio de Santa Maria e S. Miguel Arcanjo, tudo quanto possuía na Ermida de S. João da Foz do Douro. Nova doação foi feita posteriormente a Soeiro Mendes Maia o qual, por sua vez, doou em favor do mosteiro beneditino de Santo Tirso de Riba d'Ave.
D. Mafalda, filha de D. Sancho I, confirma a doação em 1211, designando por Couto da Foz a propriedade na posse de D. Mendo, abade do referido mosteiro. O couto pela primeira vez definido territorialmente no contrato a modo de doação, lavrado por Fernão Pires a Rodrigo (depois emendado para Diogo) Furjaz e sua mulher Chamoa Gomes, em que o abade lhes deu, em suas vidas, tudo o que o mosteiro tinha em S. João da Foz e Nevogilde. O couto é então delimitado por Gondarém, fio de Portuzelo, umas lagoas (então existentes junto ao limite da freguesia de Aldoar com o concelho de Matosinhos), Monte do Viso, Lordelo e Pedras Ruivas (localizadas entre a Cantareira e Sobreiras).
Dentro do couto, Nevogilde afirma-se como um pequeno povoado de vocação eminentemente rural, enquanto S. João da Foz, prospera, voltado para o rio e o mar.
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