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Nesta superficie plana, bastante humida e favorável à queda de neve, desenvolveu-se, num período conhecido por Plistocénico superior (2 milhoes a 20.000 anos atras) uma calote de gelo que se estendia entre o planalto da Torre até à area de Curral Matins e Vale do Conde a norte. Essa calote de cerca de 80 metros de altura alimentava os diversos glaciares de vale, que se desenvolveram em torno dela. A maior parte do Planalto da Torre é constituido por uma área de erosão, sem qualquer depósito superficial, tendo o gelo transportado os materiais resultantes da alterações anteriores ao período Glaciar.
Todo este granito que ficou à vista, em contacto com as oscilações de temperaturas diárias e sesonais, vai fracturando de forma paralela, formando lajes.
O estudo da glaciação da Serra da Estrela iniciou-se em 1884 por Vasconcelos Pereira Cabral, mas foi o detalhe do estudo do geógrafo alemão Hermann Lautensach de 1932 que trouxe mais conhecimento ao processo de Glaciação da Serra da Estrela. Em 1971 Suzanne Daveau publicou o resultado das novas investigações sobre a Glaciação da Serra da Estrela. Em 1997 o tema voltou a interessar os investigadores, as encontram-se em fase perliminiar.
De acordo com Lautensach a distribuição do manto de gelo no topo da Serra da Estrela teria um perfil poente-nascente assimétrico, com mais elevação de gelo do lado nascente, devido aos ventos predominantes dessa época vindos do quadrante oeste.
O relevo da parte nascente do Maciço Central da Serra da Estrela tem formas erosivas glaciáricas mais amplas, e mais profundas, formadas tanto por circos ou vales glaciáricos.
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