A Igreja Nossa Senhora de Desterro foi a primeira construção feita no local por iniciativa do Padre Ângelo Siqueira Ribeiro do Prado que levantou um seminário em louvor a N. S. da Lapa de Desterro. O seminário e a capela construídos, quando o bairro da Lapa era apenas uma praia conhecida como Areias de Espanha, datam de 1751, e foram responsáveis pelo nascimento do bairro em sua volta. Os frades carmelitas, por ocasião da chegada de D. João VI, tiveram que desocupar o convento no Largo do Carmo, atual Praça XV, para moradia do Monarca. Receberam, então, como residência, o antigo seminário e a capela da Lapa. Em 1810, com a Capela já transformada em Igreja, trouxeram na transferência do convento para a Lapa, a Imagem de N. S. do Carmo que foi colocada no altar-mor, e onde se encontra até hoje. Sua importância é tão grande que, em 1938, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A arquitetura do templo é toda em estilo barroco, é ladeada por uma torre à esquerda, tendo a segunda torre ficado inacabada, à espera da instalação de uma sinaleira, caso chegasse a ser matriz. Tem o frontispício (fachada principal) em linhas sóbrias e as paredes são revestidas de azulejos portugueses do século XIX. Possui peças e imagens valiosas, como a de Nª Sª do Carmo e as dos santos Elias e Eliseu (com quase 2 metros de altura cada uma), além de um órgão Cavallier-Colt, de 1898, totalmente restaurado. O altar-mor, atribuído a mestre Valentim, e os altares laterais foram esculpidos entre 1755 e 1780. O autor do projeto, datado de 1751, foi o engenheiro militar e brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim.